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Minicursos

MINICURSOS DO DIA 19 de outubro

 

 

MINICURSO 01

Introdução ao estudo das religiões na Roma Antiga

Amanda Giacon Parra 

(Doutoranda em História- UNESP Assis)

Isadora Buono de Oliveira

(Doutoranda em História - UNESP- Assis)

 

O presente minicurso tem como objetivo apresentar uma introdução as diversas facetas religiosas dos romanos. Busca-se abordar alguns conceitos utilizados no estudo das religiões presentes em Roma no período de fins da República e início do Império. Serão discutidos conceitos tais como religio e superstitio e será apresentado o contexto de pluralidade religiosa vivenciado pelos romanos no período citado. Trazendo para a discussão algumas fontes literárias tais como Cícero, Valerius Maximus, Marcial e Juvenal, pretende-se desconstruir a ideia de que religião em Roma estaria ligada apenas aos cultos oficiais, mostrando, dessa forma, os quadros de intensas mudanças religiosas, como por exemplo, novas crenças sendo incorporadas e modificadas.  A partir do discurso religioso tradicionalista de Cícero tem-se o panorama do século final da República Romana, nele há a conceituação da ideia de religio. Prossegue-se então, com o contexto romano do início do principado com o aspecto religioso dialogando com os novos elementos trazidos com a expansão do Imperium. Neste cenário, apresenta-se a perspectiva discursiva de Valerius Maximus com a relação do âmbito religioso e as identidades romanas. Em seguida, em meados do primeiro século d.C é possível pensar a religião e alguns novos cultos presentes na cidade de Roma por meio dos epigramas de Marcial e, por fim, a passagem do primeiro para o segundo século com o discurso moralista de Juvenal.

 

 

 

MINICURSO 02

Elis Regina: uma voz do país

Edvânio Caetano da Silva

(Mestrando em Letras – UNESP/Assis)

 

A proposta do curso consiste em analisar como a cantora Elis Regina (1945 - 1982) aborda aspectos da cultura popular e da história em sua obra, levando ao conhecimento do público, através da música, fatos relevantes da memória e cultura do seu país. Para tanto, a análise terá como pano de fundo algumas músicas mais emblemáticas da carreira da cantora, que se tornaram conhecidas através da sua voz. Com isso discorreremos sobre o seu processo de seleção de músicas, baseado no momento histórico e no contexto social, levando em consideração a oferta de letras que a cantora possuía, e o possível motivo das suas escolhas. As letras analisadas serão: O Mestre-Sala-Dos-Mares, O Bêbado e a Equilibrista, A Cartomante, Velha Roupa Colorida, Querelas do Brasil, Zambi, Deus Lhe Pague, Mulheres de Atenas e o Pot-Pourri da abertura do show falso brilhante.   

 

 

 

MINICURSO 03

Prestes - O Herói da liberdade do Brasil

José Luís Félix

(Departamento de Letras Modernas – UNESP/Assis)

 

Luiz Carlos Prestes é um mito na história política do Brasil. Seu envolvimento com a Alemanha ocorreu a partir do encontro com Olga Benário, militante comunista na então União Soviética. O episódio da Intentona Comunista no Brasil, durante o governo de Getúlio Vargas, foi o auge deste triângulo nada amoroso: Brasil-Rússia-Alemanha. Após a prisão de Prestes e a deportação de Olga, o mundo assistiu campanhas em defesa do mito Cavaleiro da Esperança. Muitos documentos acerca desta temática restaram escondidos ou impedidos de acesso. Outros nem chegaram ao Brasil, permanecendo nos estreitos corredores da esquerda e de militantes que gritavam por justiça. O livro de Oktavio Perez, pseudônimo de Heinz Neumann, alemão, comunista, confirma o mito Prestes e revela a sede do ser humano pela liberdade.

 

 

 

MINICURSO 04

O Cordel de Antes e a Cultura de hoje: interfaces filosóficas, culturais e hermenênuticas

Francisco Cláudio Alves Marques

(Departamento de Letras Modernas – UNESP/Assis)

Juliana Franco Alves Garbim

(Doutorando em Letras – UNESP/Assis)

 

O presente minicurso tem como intuito discutir a importância da literatura de cordel na manutenção da cultura oral e popular do nordeste contemporâneo. Oferece um destaque para a revitalização dos arquétipos da literatura europeia medieval presentes na literatura de cordel e propõe um debate sobre a manutenção da tradição nordestina por meio dos livretos. No âmbito histórico, a literatura europeia do período do medievo tem apresentado contribuições significativas de propagação dos costumes e da cultura por meio da literatura. Auxilia no processo de ressignificação do homem, bem como suas crenças e costumes. A proposta deste minicurso é trazer à cena, no contexto atual, a materialidade do discurso popular nordestino pelas vias da literatura de cordel.

 

 

 

 

MINICURSO 05

Cinema e ditadura: a representação da tortura no cinema brasileiro

Artur Sinaque Bez

(Doutorando em História - UNESP/Assis)

Priscila Constantino Sales

(Mestranda em História – UNESP/Assis)

 

Tendo em vista que a análise cinematográfica possibilita observar a construção de enunciados sociais e culturais dentro de um recorte histórico, pretendemos abordar neste minicurso como o processo de tortura foi apreendido e interpretado pelo cinema brasileiro. Ciente de que a tortura se faz presente nos filmes de várias formas: explícita, implícita, descrita e encenada, buscaremos selecionar alguns filmes de ficção e documentário que possibilite ressaltar as diversas visões dados ao tema, bem como as condições de produção que os filmes se inscrevem dentro do limite de seu tempo. Trata-se de um olhar sobre a dinâmica histórica e o processo de ressignificado do passado, ressaltando assim, as ambiguidades e tensões que perpassam a interpretação do processo sócio histórico por meio da produção cinematográfica sobre este período.

 

 

 

MINICURSO 06

Memória institucional: criação e organização da documentação e memória

Mariana Escher Toller

(Mestranda em Ciências da Informação – UNESP/Marília)

 

Desde o princípio dos tempos a instituição é algo presente na sociedade e, como forma de organização e gerenciamento, produz uma documentação própria. Neste sentido começamos a enxergar os primeiros sinais da memória. Se a instituição existe, a memória se concebe. A instituição deixa marcas, rastros ou traços que contém uma informação. Material ou virtual, a informação sempre está presente e é a finalidade que a faz se transformar, ou não, em documento.

As instituições são fundamentais, pois vistas por meio de uma lente são capazes de refletir a cultura de uma sociedade: uso, costumes, hábitos, comportamentos, etc. Assim, podemos discutir os conceitos de Verdade e Palavra desde a Grécia antiga, que estão ligados até hoje ao nosso conceito de memória.

Revisando autores como Maurice Halbachs, Jaques Le Goff e Michael Pollak, o minicurso tem como objetivo discutir a formação da memória nas instituições modernas e qual o papel da preservação da documentação para a memória social. 

 

 

 

 

MINICURSO 07

Historiografia e Resistências: estudo de casos de paradigmas historiográficos, coloniais e científicos

Leonardo Dallacqua de Carvalho

(Doutorando em História das Ciências e da Saúde na Casa de Oswaldo Cruz/FIOCRUZ –RJ).

Wesley D. Salles 

(Doutorando em História Econômica – USP)

 

Este minicurso propõe realizar uma abordagem analítica de alguns paradigmas que trouxeram controvérsias nas análises de historiadores e na historiografia à luz da segunda metade do século XX e início do século XXI em dois momentos distintos, a saber, o período colonial e a História das Ciências.  Em termos de historiografia do Brasil Colonial, pretende-se discutir sua produção dentro da construção de dois paradigmas historiográficos, Antigo Sistema Colonial e Antigo Regime nos Trópicos.  A propósito da história das ciências, questiona-se como pensar interiorização e externalização das Ciências pelo viés do cientista e sua atuação na sociedade? É a partir de novos problemas, críticas das fontes e debates interdisciplinares que abrangência deste minicurso possibilita múltiplas interpretações de diferentes escolas historiográficas. Assim como nos lembra Ludwik Fleck, "Certamente, podemos saber muitas coisas. E, se não conseguimos saber 'tudo', de acordo com a velha receita, isso se deve simplesmente ao fato de o termo 'tudo' não fazer muito sentido em nosso contexto. A cada nova descoberta, surge pelo menos um novo problema: a análise do objeto conhecido como tal. Assim, o número dos problemas a serem resolvidos se torna infinito, e a designação 'tudo' perde o sentido". (FLECK, Ludwik, 2010 p. 95). Na História das Ciências, as décadas de 1960, mas sobretudo 1970/80 revelaram um campo complexo na compreensão da ciência enquanto material de estudo historiográfico para historiadores e sociólogos. A quem pertencia este debate? Quais os sentidos que os termos Revoluções Científicas, Paradigmas ou Sociologia do Conhecimento trouxeram como "problemas a serem resolvidos" neste período para os historiadores? Entre as discussões  que concerne acerca da historiografia colonial, uma delas se iniciou com as críticas de Ciro Flamarion Cardoso à tese de Fernando Novais. Atualmente, a querela continua com críticas de autores cariocas a autores ligados a escola historiográfica criada por Novais. Alguns pontos são interessante, como a polarização interpretativa e uma distinção muito clara entre história política versus econômica, a internacionalização do debate e como a difusão dos cursos de pós-graduação contribuíram para seu desenvolvimento. A ideia, também, é pensar como o apego a tradição promoveu essas disputas de campo e, por consequência, polarizou a historiografia.

Como sublinhou Fleck, estes novos problemas que surgem a cada nova descoberta contribuem para repensar novos objetos e que consequentemente traz resistências e debates. Ou ainda, nos apropriando de Certeau, a importância do "lugar social" na construção de ideias e da produção historiográfica. Assim, poderemos problematizar como as estruturas externas à escrita da história, como financiamentos de pesquisa, ideologia, entre outros, são fatores que orbitam o próprio ofício do historiador.

 

 

 

MINICURSO 08

História do Marxismo

Milton Carlos Costas

(Departamento de História – UNESP/Assis)

 

O objetivo do curso consiste em oferecer uma visão abrangente das teorias e práticas que se derivaram do marxismo nos séculos XIX e XX. Tratará do marxismo na época de Marx, no período da Segunda e Terceira Internacionais, alcançando o final do século XX.

 

 

 

MINICURSOS DO DIA 20 a 23 de outubro

Período da Manhã

 

 

MINICURSO 09

Pós-1945: Resistência contida, memória dos vencidos

Sylvia Ewel Lenz

(Departamento de História – UEL)

 

O impacto da Queda do Muro de Berlim em nove de novembro de 1989, uma muralha construída em torno de Berlim Ocidental, uma ilha capitalista em um país satélite da URSS. Tal ato político implicou em mudanças profundas no cotidiano dos alemães na antiga República Democrática Alemã. Em contraposição à historia oficial dos vencedores, mostrar algumas memórias sobre a ocupação da Europa Central  pela URSS  e Aliados.

 

MINICURSO 10

Movimentos Sociais e Meio Ambiente no Brasil

Carlos Alberto Menarin

(Doutor em História – UNESP/Assis)

 

A reorganização territorial empreendida pelas diversas práticas de exploração do meio ambiente no Brasil promove a transformação do meio biofísico e da vida social das comunidades locais e regionais. O minicurso pretende apresentar um panorama da formação e atuação de movimentos sociais organizados em torno dos embates sobre a constituição e exploração de recursos naturais no Brasil contemporâneo. Expansão do agronegócio, projetos estatais e privados de exploração hídrica, mineral, de transportes, dentre outros, implicaram na criação e atribuição da categoria de atingidos às comunidades desestruturadas por diversos desses empreendimentos.

 

 

 

MINICURSO 11

Ruth Lechuga e a fotografia humanista no México das décadas de 1940 a 1960

Priscila Miraz de Freitas Grecco

(Doutoranda em História – UNESP/Assis)

 

No México da metade do século XX, cosmopolita, modernizado do governo de Miguel Alemán, que investiu na internacionalização do país, encontramos fotógrafas que não atenderam à demanda desse momento, indo contra a imagem propagada pelo governo. Entre essas fotógrafas encontramos a austríaca Ruth Lechuga, que registrou outras realidades presentes no território mexicano, criando uma comovedora imagem sobre as pessoas e os lugares distantes da capital do país, principalmente da população indígena. Nossa proposta é desenvolver, durante os três dias de minicurso, uma abordagem da questão do indígena desde os olhares etnográficos até a sensibilidade da fotografia humanista dos anos de 1940 a 1950, através da visão de fotógrafas como Gertrude Duby, Bernice Kolko, Mariana Yampolsk e, principalmente, de Ruth Lechuga.

 

 

 

MINICURSO 12

A televisão no mundo e o mundo da televisão: uma breve história da TV francesa

Wellington Amarante Oliveira

(Doutorando em História – UNESP/Assis)

 

O conhecimento histórico sobre a televisão como um meio de comunicação social possui contornos distintos de acordo com o país escolhido. Quando olhamos para a produção historiográfica brasileira sobre o tema, poucos são os historiadores que se engajaram na pesquisa sobre o meio, ainda que não faltem opiniões, pontos de vista e até mesmo juízos de valor sobre o papel que a televisão ocupa na sociedade contemporânea. Em contrapartida, no caso francês, o trabalho historiográfico sobre o meio tem pelo menos duas décadas de uma produção constante, desenvolvida a partir da década de 1980 com a renovação da história política e intensificadas nas décadas seguintes com a ampliação dos objetos da história cultural – o que possibilita um conhecimento histórico amplo dos processos, das mudanças, das continuidades e das rupturas ocorridas na televisão francesa. Este minicurso tem por objetivo central apresentar um panorama sobre 70 anos de história da TV francesa (1935-2005), período que marca a data da primeira transmissão até a inauguração da TV digital. Sem perder de vista o olhar do historiador sobre esse tema, pretende-se, ainda, realizar um exercício mais analítico a partir do visionamento de alguns programas e dos elementos que o historiador pode problematizar ao olhar para a TV como uma fonte e um objeto histórico. Ao investigarmos o exemplo francês, conseguimos, por meio de uma visão histórico-comparativa, compreender melhor o modelo brasileiro, estabelecendo paralelos, ressaltando semelhanças e marcando as distinções.

 

 

 

 

 

MINICURSO 13

Diário de um retorno ao país natal – Aimé Césaire e o poema definidor da negritude

Fabiana Miraz de Freitas Grecco

(Doutora em Letras – UNESP/Assis)

 

Cahier D’um Retour au Pays Natal poema do martinicano Aimé Césaire que inaugurou o termo negritude, é definido sob a complexa expressão “discurso-serpente”, pois é um texto de difícil leitura devido aos seus movimentos de sístoles e diástoles, euforia e disforia, expansão e depressão. Por meio da abordagem dos espaços de memória e resistência presentes nesse poema, oferecemos uma leitura do texto inaugural da negritude que está na capacidade poética de Cesáire, nas linhas curvas de movimentos dialéticos que estruturam o Diário, entremeando-o às intertextualidades máximas entre a literatura clássica ocidental e as manifestações orais próprias da África. Desse modo, este minicurso tem o objetivo de apresentar o poema de Aimé Césaire como uma obra literária repleta de mecanismos precisos quanto à exploração da linguagem poética para fazer surgir o produto mestiço que transita entre Ocidente e África, tradição e inovação, erudito e popular, escritura e oralidade. Para tanto, este minicurso obedecerá a seguinte estruturação: 1. Vinte anos de composição: 1939 a 1956; 2. Os Espaços de Memória e Resistência; 3. O Discurso híbrido e a necessidade da Negritude; 4. Ouroboros: considerações finais. 

 

 

 

MINICURSO 14

Inquisição moderna portuguesa: trajetória e investigações

Alex Rogério Silva

(Mestrando em História – UNESP/Franca)

 

O Tribunal do Santo Ofício da Inquisição - presente no período moderno durante quase três séculos - não se concentrou apenas no mundo europeu – Portugal, Espanha, Itália - mas, também nos chamados domínios além-mar, fazendo referência aos tribunais inquisitoriais na América Espanhola, as visitações na colônia brasílica e, também, no Oriente. O objetivo deste minicurso reside em refletir acerca das causas do surgimento do Tribunal do Santo Ofício no mundo português, analisando seu processo de instauração e estruturação, formas de atuação, objetivos e processos relativos a desvios comportamentais. Além disso, discutir sobre o papel dos cristãos novos, cuja presença parece ter sido o mais significativo pretexto para a instalação da Inquisição portuguesa, assim como suas principais vítimas ao longo dos quase três séculos de existência do Tribunal. Ademais, abordaremos algumas possibilidades de pesquisa que tenham como objeto a temática inquisitorial, apresentando bibliografias, materiais de estudo e problemáticas.

 

 

 

 

MINICURSO 15

A representação da realidade das prosas historiográfica e poética: apontamentos sobre as promiscuidades entre dois gêneros

Rodrigo Perez

(Doutorando em História – UFRJ)

 

O problema da representação narrativa da realidade é um dos mais abordados ao longo da história da inteligência ocidental. Desde a antiguidade grega, as narrativas ficcional e realista se distanciam e se aproximam, em um descontínuo movimento de estabelecimento de hierarquias representacionais. Examinar a história desse tensionamento entre as prosas realista e ficcional é o objetivo desse curso.   O curso está dividido em quatro partes, sendo cada uma dedicada a um dos momentos que considero serem fundamentais para as compreensão do tratamento que a cultura ocidental deu ao problema da representação narrativa da realidade. Começamos nossa reflexão com o estudo do esforço da tradição grega em delimitar fronteiras mais nítidas entre os discursos realistas e ficcionais. Em seguida, nos debruçamos sobre a tradição da retórica latina, que ao estabelecer a inventio como uma habilidade fundamental para o bom orador, para o vi civillis, para utilizar um termo caro a Cícero, deu outros contornos, menos precisos, aos limites entre as narrativas ficcional e realista. Após, examinamos o esforço da modernidade científica em rebaixar o texto ficcional a um estatuto menor, definido, pejorativamente, como fantasioso. Por último, analisamos, comparativamente, os debates epistemológicas que, desde o século XIX, apontam para a natureza narrativista do texto historiográfico, e a produção crítico-literária que, ao longo do século XX, sugere que a literatura pode ser pensada na perspectiva de uma teoria ético/poética do comportamento histórico. 

 

 

 

 

 

 

MINICURSO 16

O Marxismo na América Latina

Milton Carlos Costa

(Departamento de História – UNESP/Assis)

 

O objetivo do curso será recuperar de forma global o destino histórico do marxismo no continente latino-americano durante o século XX. Tratará da introdução do marxismo na região do período revolucionária, da hegemonia do stalinismo, da Guerra Fria ao XX Congresso do Partido Comunista Soviética, dos partidos comunistas, maoísmo, trotskismo e outras tendências.

 

 

MINICURSOS DO DIA 20 a 23 de outubro

Período da Tarde

 

MINICURSO 17

Gênero e sexualidade: da resistência política aos debates historiográficos.

Benedito Inacio Ribeiro Junior

(Mestrando em História – Unesp/Assis)

 

Tornou-se lugar comum, ao menos nos últimos anos, pensar a História e sua escrita como um campo de batalha. Primeiramente, percebeu-se que a produção do saber histórico não está isolada das relações de poder, que qualquer trabalho historiográfico se insere numa malha de relações que o empodera, o interdita, lhe traz para centro da cena, permite-lhe dizer determinadas coisas e outras não. Assim, ao escrever sobre o passado, estamos numa contínua querela com tais relações, por vezes se alinhando a elas, outras vezes as transgredindo e as transformando. Em segundo lugar, há algumas décadas começamos a entender que determinados grupos que sofriam marginalização social, sexual, étnica ou de gênero, dentre outras, também sofriam de certo esquecimento nos trabalhos historiográficos. Nesse sentido, tais segmentos sociais se organizam em prol de uma agenda política e também em um movimento para se verem inseridos, representados e lembrados na História. A escrita da História, então, longe ser pensada como a simples narração de eventos passados, passa a ser encarada com um local de disputas, no qual diferentes passados e múltiplas versões sobre eles entram em cena, uns sendo lembrados e para isso, consequentemente, outros sendo esquecidos. A partir dessas considerações, este minicurso foi pensado com o objetivo de oferecer um breve panorama de como os estudos de gênero e das sexualidades têm transformado as maneiras de se escrever a história e, ao mesmo tempo, como isso têm mudado a própria maneira de existir dos indivíduos e de grupos sujeitados às relações de poder e opressão, como as mulheres e pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e travestis). Para isso, percorreremos quatro temas principais, que em larga escala se cruzam e dialogam, mas também apresentam diferenças fundamentais: 1) História das mulheres; 2) História das relações de gênero; 3) História das sexualidades; 4) Estudos queer. Ao final do minicurso, espera-se que os participantes possam ter uma visão de como esses quatro campos de estudos proporcionaram conceitos e modelos diferentes de se escrever a História. Também se espera que possam visualizar como tais contribuições à historiografia se entrelaçam ou não com os movimentos sociais feministas e LGBT.

 

 

 

 

MINICURSO 18

Revistas francesas do fin-de-siècle

Camila Soares López

(Doutoranda em Letras – UNESP/Assis)

 

A proposta do minicurso é apresentar e discutir as particularidades da imprensa francesa do final do século XIX, sobretudo aquilo que se refere às revistas que circularam no período. Em um contexto mais amplo, abordaremos o percurso e as características do periodismo francês nos anos de 1800, momento de sua expansão e popularização, bem como as condições para essa ampliação, a exemplo dos avanços técnicos e das novas demandas de cultura. Refletiremos sobre papel exercido pelas grandes revistas e pelas petites revues. A partir da década de 1880, as petites revues – Mercure de France, Revue Blanche, entre outras – se dedicaram à divulgação e sustentação da produção artística e literária de jovens escritores e dos entusiastas das vanguardas, além de atuarem como editoras.

 

 

 

 

MINICURSO 19

Escrita(s) de si: Escritas do mundo - Autobiografia e escritas afins: Algumas reflexões e apontamentos teóricos

Kassiana Braga

(Mestranda em História – UNESP/Assis)

 

O presente minicurso objetiva empreender uma reflexão sobre as principais referencias teóricas atuais relacionadas às escritas de si, como a biografia, a autobiografia e os seus subgêneros, como o diário intimo, os testemunhos e as memórias, recuperando em importância o período em que esses relatos de vida começaram a ser valorizados como fonte histórica no Brasil, a saber, a década de 1970.

Além disso, temos como intuito discutir as particularidades de cada narrativa, bem como o processo de construção memorialística existentes nesses tipos de escritas do eu. Para tanto, faremos uso das  reflexões presentes na historiografia francesa entre outros suportes teóricos que também dialogam com os temas que serão abordados.

 

 

 

 

 

 

MINICURSO 20

Influências da literatura latina no Brasil: dois poemas brasileiros formal e politicamente ligados à Eneida, de Virgílio

Carlos Eduardo Mendes de Moraes

(Departamento de Linguística – UNESP/Assis)

 

Pretendemos, com este minicurso, trazer à discussão duas vertentes de diálogo por intermédio das quais se registram influências do poema épico A Eneida, de Virgílio sobre os poemas brasileiros Vila Rica e O Caramuru. É já conhecida no meio literário a discussão sobre elementos formais que aproximam as três narrativas. No entanto, a partir de diversas discussões travadas no âmbito dos estudos do grupo de pesquisa “A Escrita no Brasil Colonial e suas relações” observou-se que além da questão da imitação (ou emulação para sermos mais adequados) o componente político também constitui objeto mimético para a produção das duas narrativas. Enquanto o poeta Cláudio Manuel da Costa, apoiado pelas ações do mecenato do Marquês de Pombal usa os versos do poema Vila Rica para integrar-se ao círculo letrado da América portuguesa e ao mesmo tempo produzir uma ação de disseminação do projeto português de inserção no mundo das luzes, o religioso Santa Rita Durão usa dos mesmos artifícios para caminhar no sentido contrário à proposta. Ambos, porém, se espelham na bem sucedida ação política do poeta Virgílio de defender os interesses locais associando poesia e história, tornando o primeiro aspecto do binômio elemento fundamental de argumento para a consecução dos objetivos do segundo. A proposta de trabalho prevê a dedicação de 60 minutos de trabalho para reflexões a respeito das questões políticas e formais de cada um dos três poemas, ficando o tempo restante para comparações e debate entre os participantes.

 

 

 

MINICURSO 21

Mais sombras que luzes: reminiscências românticas no cinema da república de Weimar

Fabiano Rodrigo da Silva Santos

(Departamento de Literatura – UNESP/Assis)

 

O curso propõe tecer considerações sobre alguns aspectos do cinema da república da Weimar em consonância com expedientes oriundos da literatura e estética românticas. Procede-se dessa forma, pois muitos elementos reincidentes nos filmes desse período não se amparam seguramente nos postulados do expressionismo, estética de vanguarda à qual o cinema alemão dos anos 20 normalmente é associado.  Para isso, faz-se necessário que se observe as consonâncias e dissonâncias entre a vanguarda expressionista, a tradição romântica e cinema do período mencionado. O nexo, por seu turno, que permite a correspondência entre o cinema dos anos 20 e a estética romântica é o apelo frequente ao fantástico apresentado pelos filmes de Weimar, os quais trazem ressonâncias do fascínio dos românticos pelas narrativas populares e de sua visão encantatória do mundo que, na estética que dominou a vida cultural do ocidente desde os últimos anos do século XVIII até meados do XIX, serviu de contraponto ao advento do racionalismo, da industrialização e do modus vivendi burguês. A categoria do grotesco é de grande importância para o trabalho aqui realizado, pois comporta o impacto que o confronto com o anômalo opera na sensibilidade romântica, experiência essa que pode ser observada na maneira como os filmes alemães dos 20 tratam a convivência entre o mundo comum e realidades desconhecidas, instâncias, nessas obras, habitadas por delírios, pesadelos e seres sobrenaturais. Os motivos compartilhados pela literatura romântica e pelos filmes dos anos 20 conferem relevo à proximidade entre esses dois contextos culturais distintos; por conta disso, serão por eles que as considerações seguintes irão se orientar. Motivos como o confrontamento com a alteridade, a intervenção do elemento caótico e desestruturador na ordem comum e as formas de contato com realidades desconhecidas (ou mesmo proibidas) compartilham com as figurações do grotesco as mesmas fontes junto aos mitos e à mentalidade coletiva, podendo servir ao entendimento de aspectos dos filmes fantásticos que fogem à referência oferecida pelo expressionismo. Ora, esse estudo vê na categoria do grotesco (cujos aspectos são partilhados pela literatura de orientação romântica e pelo cinema de Weimar) a via de acesso a elementos da estética romântica que servem ao entendimento das formas imprecisas que se insinuam nas sombras nascidas no claro-escuro do cinema germânico dos anos 20.  

 

 

 

MINICURSO 22

“Quem vigia os vigilantes?” Ideologia, propaganda e resistência nos super-heróis

Lucas Suzigan Nachtigall

(Mestrando em História – UNESP/Assis)

 

Esse minicurso propõe trabalhar o ideal de super-herói, concebido para e consumido pela grande massa mundial durante o século XX e XXI a partir de quadrinhos, desenhos, séries e filmes. Pretende-se, nesse minicurso, historicizar essa concepção, tentando compreender quais os grandes anseios de cada momento que estão refletidos nesses heróis e como eles são ideologicamente construídos. Da mesma forma, seus respectivos antagonistas serão também abordados, onde tentar-se-á construir a compreensão de quais os principais temores de cada período. Capitão América, Conan, James Bond, Flash Gordon, Godzilla, Asterix... serão abordados heróis de diferentes gêneros, tentando não abordar apenas heróis norte-americanos, mas sim fazer uma leitura mais compreensiva, abrangendo também heróis de outros países, como brasileiros, japoneses, europeus, chineses... permitindo assim que os alunos participantes do minicurso possam utilizar esses referenciais para realizar suas próprias análises.

 

 

 

MINICURSO 23

Arquivos Pessoais: Gênese, tratamento e interpretação

Renato Crivelli Duarte

(Doutorando em Ciência da Informação – UNESP/Marília)

 

No minicurso serão discutidas questões relativas aos arquivos pessoais, no sentido de compreender a sua formação, o tratamento que recebem e a forma de interpretação destes conjuntos documentais. Compreender a formação destes arquivos auxilia o pesquisador na futura interpretação do material. Da mesma forma, compreender o tratamento dado pelas instituições de custódia permite que o pesquisador possa ampliar o potencial informacional do material. Para historiadores e pesquisadores de outras áreas, a exploração destes arquivos é favorecida com a compreensão dos processos que antecedem a disponibilização da documentação como fonte de pesquisa.

 

 

 

 

MINICURSO 24

O Marxismo no Brasil

Milton Carlos Costas

(Departamento de História – UNESP/Assis)

 

O objetivo do curso será a reconstrução da trajetória histórica do marxismo no Brasil durante o século XX. Tratará do impacto das revoluções, das influências teóricas, das visões da realidade brasileira, das interpretações, dos partidos e organizações entre os anos de 1920 e os anos de 1960, dos movimentos e partidos posteriores aos anos 60.

 

 

MINICURSO 25

Economia solidária: processo histórico, princípios, lutas e possibilidades

Rafael Gorni Felicio

(Mestrando em Psicologia – UNESP/Assis)

 

Este mini curso tem por objetivo introduzir os participantes no campo da Economia Solidária: conjuntura histórica de seu surgimento, sua dimensão enquanto movimento social, bem como os rumos de seu  projeto político de transformação social. Pretende-se, no primeiro momento, resgatar a Economia Solidária como processo histórico, sua organização e seus principais atores. No segundo momento, de  caráter mais conceitual, serão discutidos os princípios que norteiam esta proposta. Ao final, será apresentado o trabalho desenvolvido pela equipe da Incubadora de Cooperativas Populares da Unesp de Assis, bem como as possibilidades de intervenção e de pesquisa na intersecção entre as temáticas: Economia Solidária, Movimentos Sociais e Políticas Públicas.

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