A euforia democrática
Ao completar 70 anos do final da Segunda Guerra Mundial, nos lembramos de muitas coisas, não só do fato em si como de seus desdobramentos. Terminada a Guerra na Europa e na Ásia, restou o Brasil.... “As características de nosso pais, no pós-guerra, indicavam que estávamos diante de um processo democrático em andamento. Partidos políticos, organizações sociais diversas, eleições diretas para a escolha do presidente e de deputados, além da convocação de uma Assembléia Constituinte. Era como se o Brasil estivesse sendo passado a limpo. A população acreditava estar vivendo um processo democrático. O DIP tinha sido extinto, as greves, apesar da legislação que as proibia, estavam presentes, provando a força do operariado. Os meios de comunicação, Rádio e Jornais, podiam expressar suas opiniões e a população saia às ruas para comemorar um tempo novo. O fim da Guerra e o fim da Ditadura. Era a liberdade que se descortinava diante de todos. Era a Democracia.
Os depoimentos colhidos e que dão conta da participação de operários neste período – que se tornarão comunistas mais tarde -, são unânimes, em descrevê-lo como um tempo de abertura e de liberdades democráticas. Assim como vivenciamos o último espetáculo de grande participação popular, que foi o movimento das “Diretas-Já”, em 1984, sabemos que a população brasileira, naqueles idos de 1945, sentiu o mesmo que sentíamos naquela ocasião. Era como se durante um lapso de tempo, o poder estivesse com o povo e o destino do país pudesse ser traçado por todos. Tanto aquele momento do pós-guerra, quanto o do fim da ditadura militar, representado pelo Movimento das “Direta-Já” , e os movimentos de junho de 2013 , são representativos e ao mesmo tempo didáticos. Há que se perguntar. Afinal, num país sem tradição democrática, o que é Democracia? São esses lapsos como o é a felicidade?
“Assim, desde que o nome da liberdade seja respeitado e impedida apenas a sua realização efetiva – de acordo com a lei, naturalmente -, a existência constitucional da liberdade permanece intacta, inviolada, por mais mortais que sejam os golpes assestados contra sua existência na vida real.”
MARX, Karl. O 18 Brumário de Luís Bonaparte. Os Pensadores. São Paulo:Abril, 1978.
Movimento do Passe Livre
17/06/2013
Fotos: Movimento do Passe Livre | 17/06/2013
Créditos: Eduardo José Afonso
Diretas Já
16/04/1984
Fotos: Diretas Já | 16.04.1984
Créditos: Eduardo José Afonso
Pequenas Memórias